Sex sells
Então vamos à historinha que vocês pediram para o titio aqui contar, seus dirty little nastys. Há uns 4 anos, estava eu no terceiro ano de Jornalismo, quando a turma decidiu fazer um especial sobre sexo no suplemento que produzíamos para o jornal da faculdade. Uma das pautas era acompanhar a gravação de um filme pornográfico. Como todos vocês, eu tinha curiosidade pelo tema, e me ofereci para fazer a matéria, em parceria com uma amiga.
Liguei para várias produtoras de filmes do gênero, todas, com exceção de uma, se negaram a receber os dois estudantes. A produtora que aceitou era a do diretor Tom Camps, um dos grandes nomes do País. Filmes para exportação, sobretudo.
No dia e hora marcados, fomos a Atibaia, cidade a uns 60 km do centro de São Paulo. Era um sítio chamado "Palmital", se não me falha a memória. Os limites do sítio tinham tapumes e plásticos escuros para evitar curiosos. A tática, porém, não era perfeita, e vez ou outra dava para notar alguém com um binóculo ao longe.
Fomos recebidos muito cordialmente pelo diretor e por boa parte da equipe de produção, o que inclui o elenco. Apenas um ou outro olhar desconfiado. A maioria nos tratava como correspondentes do NY Times, como se nos dar entrevista fosse um passo importante para o estrelato. O fato é que pelo menos duas pessoas ali, além do diretor, já haviam alcançado o estrelato - dentro daquilo que faziam, claro. Vivian Mello e Cris Bell eram as principais atrizes pornô do momento, tipo a Fernanda Montenegro e a Marília Pêra da alcova.
Conversamos demoradamente com Cris Bell, a loira. Vivian Mello, a morena, era arredia, e só ficou mais à vontade no final da nossa permanência. Mas isso eu conto mais para a frente. Cris falou de sua vida, disse que era formada em Economia e que naquele momento estava estudando Administração. Também disse que tinha 24 anos, e em nada disso eu acreditei.
Aliás, foi um ótimo exercício de como saber o que é verdade em um discurso e o que é mera tentativa de manipulação. E ali, tentavam nos manipular o tempo todo. Não literalmente, seus depravados! Tentaram vender um mundo de prazer e hedonismo, sem abandonar o profissionalismo, quando nossos olhos viam jovens muito pobres procurando sustento e pessoas conformadas com a idéia de não ter uma relação estável, já que poucas pessoas têm o desprendimento necessário para namorar alguém que vive de fazer sexo com outras pessoas. Nem mesmo as pessoas dentro da indústria do pornô têm esse desprendimento, imagine.
Conhecemos um ex-ator que havia virado maquiador do elenco. Ele resmungava que, no tempo dele, ninguém tomava Viagra, e mesmo assim todos "davam no couro" com garbo e elegância. Ele disse isso apontando para um dos novatos, que estava dando trabalho para "funcionar", para usar o jargão do meio. Era o primeiro filme do moço, e ele já estava contracenando com Fernanda Montenegro sob um chuveirinho de piscina, vamos entender o rapaz.
O roteiro do filme não era dos mais complexos. Vários jovens "provocantes" confinados em um sítio. A cena que acompanhamos era uma partida de tênis em uma quadra à beira da piscina, onde as duas tenistas, que jogavam tão sem calcinha quanto Juliana Paes, não acertavam uma bola. Mas depois do jogo, elas se deram muito bem com as bolas do gandula - desculpem, eu precisava fazer esta piada sem graça.
Eu e a minha amiga chegamos um pouco tensos. Mas nos esforçamos muito para aparentar naturalidade enquanto Cris Bell descrevia suas cenas de dupla penetração. Algum tempo depois, já nos sentíamos à vontade. Se nos dessem mais umas duas horas, estaríamos dirigindo as cenas.
Nada disso impediu que eu corasse quando um dos integrantes da produção me levou a um dos quartos e perguntou maliciosamente se eu não queria fotografar Vivian Mello, que naquele momento estava completamente nua na cama, lendo uma revista em posição ginecológica. Eu havia combinado com o diretor que não tiraria fotos de ninguém nu, e mantive o acordo, embora Vivian não tivesse dado mostras de se importar com isso.
Saímos de lá à noitinha, com várias histórias para contar para os amigos e nossa matéria garantida (o título foi "Tarde quente em Atibaia"). Fim.
Liguei para várias produtoras de filmes do gênero, todas, com exceção de uma, se negaram a receber os dois estudantes. A produtora que aceitou era a do diretor Tom Camps, um dos grandes nomes do País. Filmes para exportação, sobretudo.
No dia e hora marcados, fomos a Atibaia, cidade a uns 60 km do centro de São Paulo. Era um sítio chamado "Palmital", se não me falha a memória. Os limites do sítio tinham tapumes e plásticos escuros para evitar curiosos. A tática, porém, não era perfeita, e vez ou outra dava para notar alguém com um binóculo ao longe.
Fomos recebidos muito cordialmente pelo diretor e por boa parte da equipe de produção, o que inclui o elenco. Apenas um ou outro olhar desconfiado. A maioria nos tratava como correspondentes do NY Times, como se nos dar entrevista fosse um passo importante para o estrelato. O fato é que pelo menos duas pessoas ali, além do diretor, já haviam alcançado o estrelato - dentro daquilo que faziam, claro. Vivian Mello e Cris Bell eram as principais atrizes pornô do momento, tipo a Fernanda Montenegro e a Marília Pêra da alcova.
Conversamos demoradamente com Cris Bell, a loira. Vivian Mello, a morena, era arredia, e só ficou mais à vontade no final da nossa permanência. Mas isso eu conto mais para a frente. Cris falou de sua vida, disse que era formada em Economia e que naquele momento estava estudando Administração. Também disse que tinha 24 anos, e em nada disso eu acreditei.
Aliás, foi um ótimo exercício de como saber o que é verdade em um discurso e o que é mera tentativa de manipulação. E ali, tentavam nos manipular o tempo todo. Não literalmente, seus depravados! Tentaram vender um mundo de prazer e hedonismo, sem abandonar o profissionalismo, quando nossos olhos viam jovens muito pobres procurando sustento e pessoas conformadas com a idéia de não ter uma relação estável, já que poucas pessoas têm o desprendimento necessário para namorar alguém que vive de fazer sexo com outras pessoas. Nem mesmo as pessoas dentro da indústria do pornô têm esse desprendimento, imagine.
Conhecemos um ex-ator que havia virado maquiador do elenco. Ele resmungava que, no tempo dele, ninguém tomava Viagra, e mesmo assim todos "davam no couro" com garbo e elegância. Ele disse isso apontando para um dos novatos, que estava dando trabalho para "funcionar", para usar o jargão do meio. Era o primeiro filme do moço, e ele já estava contracenando com Fernanda Montenegro sob um chuveirinho de piscina, vamos entender o rapaz.
O roteiro do filme não era dos mais complexos. Vários jovens "provocantes" confinados em um sítio. A cena que acompanhamos era uma partida de tênis em uma quadra à beira da piscina, onde as duas tenistas, que jogavam tão sem calcinha quanto Juliana Paes, não acertavam uma bola. Mas depois do jogo, elas se deram muito bem com as bolas do gandula - desculpem, eu precisava fazer esta piada sem graça.
Eu e a minha amiga chegamos um pouco tensos. Mas nos esforçamos muito para aparentar naturalidade enquanto Cris Bell descrevia suas cenas de dupla penetração. Algum tempo depois, já nos sentíamos à vontade. Se nos dessem mais umas duas horas, estaríamos dirigindo as cenas.
Nada disso impediu que eu corasse quando um dos integrantes da produção me levou a um dos quartos e perguntou maliciosamente se eu não queria fotografar Vivian Mello, que naquele momento estava completamente nua na cama, lendo uma revista em posição ginecológica. Eu havia combinado com o diretor que não tiraria fotos de ninguém nu, e mantive o acordo, embora Vivian não tivesse dado mostras de se importar com isso.
Saímos de lá à noitinha, com várias histórias para contar para os amigos e nossa matéria garantida (o título foi "Tarde quente em Atibaia"). Fim.