Consenso de Washington
A Mostra de Cinema está acabando e eu só consegui ver um filme. Saudade dos tempos em que eu podia ficar pulando de sala em sala com o guia na mão. Saudade de quando eu tinha paciência pra pegar fila e chegar com muita antecedência.
O único filme que eu consegui ver foi um documentário argentino chamado "Memoria del Saqueo", sobre a crise cambial argentina que culminou na queda do presidente De La Rúa. Gosto de documentários, me interesso pelo assunto, o filme é muito bom... taí, até que minha única seta foi bem direcionada.
Memoria del Saqueo ataca a neoliberalismo selvagem que foi imposto à Argentina e aceito de braços (e pernas) abertas pelo presidente Menem. Critica a privatização desenfreada que foi feita por lá, entregando barato aos europeus estatais estratégicas como a petroleira YPF. E mostra a miséria desoladora que é o outro lado da moeda argentina, um país que vive o sonho europeu e acorda no pântano latino-americano.
O documentário foi considerado pela crítica o "Fahrenheit 9-11" argentino, e é mesmo muito difícil não lembrar de Michael Moore ao vê-lo. Os alvos são muito bem escolhidos e atacados pelo diretor Fernando Solanas. Este, no entanto, fez questão de ressaltar em rápida conversa com a platéia depois do filme que Memoria del Saqueo estreou em fevereiro na Argentina, muito antes, portanto, do filme do americano. "Moore ha visto muchas de mis peliculas", provocou Solanas.
Daí a gente fica pensando por que um filme desses nunca foi feito no Brasil. Por que ninguém contou direito as histórias de nossas crises recentes? Podia até ser uma sobre o impeachment do Collor. Seria a cara do Jabor, se ele fosse do tipo de cineasta que faz filme.
O único filme que eu consegui ver foi um documentário argentino chamado "Memoria del Saqueo", sobre a crise cambial argentina que culminou na queda do presidente De La Rúa. Gosto de documentários, me interesso pelo assunto, o filme é muito bom... taí, até que minha única seta foi bem direcionada.
Memoria del Saqueo ataca a neoliberalismo selvagem que foi imposto à Argentina e aceito de braços (e pernas) abertas pelo presidente Menem. Critica a privatização desenfreada que foi feita por lá, entregando barato aos europeus estatais estratégicas como a petroleira YPF. E mostra a miséria desoladora que é o outro lado da moeda argentina, um país que vive o sonho europeu e acorda no pântano latino-americano.
O documentário foi considerado pela crítica o "Fahrenheit 9-11" argentino, e é mesmo muito difícil não lembrar de Michael Moore ao vê-lo. Os alvos são muito bem escolhidos e atacados pelo diretor Fernando Solanas. Este, no entanto, fez questão de ressaltar em rápida conversa com a platéia depois do filme que Memoria del Saqueo estreou em fevereiro na Argentina, muito antes, portanto, do filme do americano. "Moore ha visto muchas de mis peliculas", provocou Solanas.
Daí a gente fica pensando por que um filme desses nunca foi feito no Brasil. Por que ninguém contou direito as histórias de nossas crises recentes? Podia até ser uma sobre o impeachment do Collor. Seria a cara do Jabor, se ele fosse do tipo de cineasta que faz filme.