Can't stop growing old
É hoje que começa a ladeira rumo aos 30 anos. Ontem caí na grande asneira de ler coisas antigas, ver fotos velhas... Entrei numas porque, definitivamente, não me sinto com 25 anos. Pelo menos o que eu sou hoje não tem nada a ver com aquilo que eu idealizava para mim aos 25. Putz, 25 anos é um marco. Não sou o cara maduro que achei que seria, não fiz a maioria das coisas que queria ter feito. Mas pra isso não ficar com cara de epitáfio rancoroso, deixa eu dizer que também fiz muitas coisas legais que não sonhava fazer. Conheci pessoas incríveis, que me ensinaram coisas que mudaram minha forma de pensar o mundo, leves alterações no ideal de felicidade que me fizeram muito bem. Até dos tombos guardo boas recordações. Andei pensando num mito grego sobre um cara que recebe um castigo dos deuses - sua sina seria eternamente carregar uma rocha até o topo da montanha, e quando estivesse quase chegando, a rocha lhe escorregaria dos ombros e ele teria que fazer tudo de novo. Isso é algo frequente na minha vida, recomeçar. Mas não encaro como um castigo, até o contrario. Gosto da sensação de ter uma folha em branco à minha frente para fazer dela o que eu quiser. Carregar a rocha de uma maneira diferente pra ver como é que é. Os amigos me dão a impressão de que essa rocha é mais leve, por isso estejam sempre aí.