Wednesday, December 28, 2005

Celulares, mobiles, cell phones e telemóveis

Uma vez um australiano reclamou por eu usar o americano "cell phone" para me referir aos telefones móveis. Disse que o mais correto era o britânico "mobile". Naquele momento, achei uma besteira. Mas desde então, sempre que ouço um celular tocar insistente e irritantemente enquanto seu dono se encontra em outro recinto, penso nisso e dou razão ao meu colega aussie.

Se usássemos, tanto no inglês americano quanto no português, uma palavra que remetesse mais diretamente à idéia de um aparelho que deve ser levado consigo, móvel, portátil, talvez as pessoas não abandonassem seus tocadores de pour elise próximos a outras pessoas que estão tentando trabalhar.

Celular é uma palavra besta. Se o telemóvel português soa estranho, talvez seja capaz de ensinar como se deve usar o aparelho.

Friday, December 23, 2005

Uma câmera na mão e uma mão no joelho



Tema ousado, tratamento careta. Esse seria um bom resumo do documentário "Sou Feia Mas Tô Na Moda", sobre o funk carioca, dirigido pela estreante Denise Garcia. Careta porque o filme segue a fórmula batida de entrevistas intercaladas com imagens de shows, não inova em nada. Além disso, não é nada crítico. Passa o tempo todo enaltecendo como o funk é legal e possui uma função social. Sim, o funk carioca é divertido e, sim, possui um efeito social indiscutível, mas será que esse efeito é só positivo? O filme nem quer saber.

Câmera no funkeiro: "Dizem que o funk é pornográfico. Mas e o cara comendo a menininha na novela das oito, não é? Pornografia é a política deste País". Neste momento, a diretora sente espasmos de prazer e fecha o close no rosto do entrevistado. Sem se importar com o tremendo lugar-comum do discurso, parece querer dizer "olha que legal, existe inteligência na favela". Algo me diz que ela veio da USP. Lá, o que mais se encontra é acadêmico enaltecendo qualquer coisa que saia da boca dos pobres, na velha ideologia do "bom selvagem". Se é pobre, é bom.

Mas, claro, o discurso do funkeiro não basta. Há que se buscar embasamento em algum colega da academia. E lá vem a socióloga referendar o caráter feminista de Tati Quebra Barraco. Clichê.

Não que o filme não possua momentos bons, como o rosto quase tímido de Deize Tigrona (a estrela do filme) ao explicar algumas de suas letras. Ou a garota que sente vergonha de admitir que é virgem. O melhor de todos é a seqüência final, quando, em Londres, a vocalista do Tetine, Eliete Mejorado, mostra aquela música "É som de preto/de favelado/mas quando toca, ninguém fica parado" a um taxista africano de uns 60 anos. Mesmo sem entender a letra, nota-se a identificação que ele sente com aquele som de preto pobre. Um bom final para um filme médio.

Wednesday, December 21, 2005

The Grinch



Crianças, não deixem o Ratzinger roubar o Natal de vocês.

Tuesday, December 20, 2005

That 70's Party

É fim de ano, época bonita de fraternidade e porres helênicos. O de ontem foi na festa da Nokia, em uma casa noturna no bairro da Vila Madalena. O tema era "anos 70", o que prenunciava uma noite marcada por quarentões/onas bêbados relembrando os passinhos de seus tempos de mocidade. Mas era da Nokia, tinha que ser legal. E foi.

O lugar contava com um "camarim" repleto de peças de brechó para a caracterização dos convidados. Ao final de tudo, as peças estariam à venda. Óculos escuros cafonas, perucas, boás, correntes de ôro, camisas coloridas, tudo para dar aquele clima de That 70's Show à festa. Apesar de ter chegado no lugar ainda vazio, demorei um pouco para buscar uma roupa "transadinha" e acabei ficando sem óculos cafonas. Em compensação, garimpei uma camiseta groovy à la Fez que de tão colada me prendia a circulação sanguínea um pouco. Mas tudo pelo estilo, não é verdade?



Depois de várias caipisakês (que nome horrível), lá estou eu dançando de camiseta claustrofóbica com pessoas que eu não conheço. Espelhos na pista me permitem conferir a minha performance, que deixaria Tony Manero emburrado de canto. Crente de que abafo, não demoro muito a me convencer de que eu precisava daquela camiseta de R$ 30.

Na manhã seguinte, todo estragado, a minha primeira visão é a da roupa jogada no chão do quarto. Pergunto-me, então, o que fazer com uma camiseta infantil tamanho PP na cor mostarda, toda furadinha de traças. Sugestões, por favor.

Sunday, December 18, 2005

Two turntables: so last year

Para nós, que gostamos de música para dançar, uma novidade que parece estar virando tendência é a dos DJs que mixam simultaneamente sons e imagens. Já presenciei dois sets desse tipo e é realmente hipnotizante.

No Nokia Trends de 2004, o Jeff Mills apresentou a novidade por aqui. Resultado, pista lotada em transe com uma versão audiovisual de "I feel love", da Donna Summer. Inesquecível, pra dizer o mínimo. No último sábado, foi a vez de Mike Relm mostrar no Club Vegas sua mistura de house, hip hop, rock, disco e babas tipo Alpha FM, tudo acompanhado por muitas referências cinematográficas. Povo amou, ele também. Teve até sing along de "Imagine" no final.

No site do Mike Relm você encontra uns Mp3 com mixagens dele para download, mas o legal mesmo é assistir ao vídeo "The Twist", com uma releitura da clássica cena de dança com Uma Thurman e John Travolta em "Pulp Fiction".

King Kong



Nada verossímel, mas tão assustadoramente real que quem assiste em um dos cinemas do circuito da Paulista sai da sessão com a estranha sensação de que um gorila de 6 metros espreita em uma das torres da região. Apesar de certas locações e caracterizações lembrarem demais a Terra Média, os orcs e outros elementos da trilogia do anel, Peter Jackson acertou de novo. Desta vez, com a ajuda dos gritos inigualáveis de Naomi Watts.

Friday, December 16, 2005

Sobre a criatividade humana

Nada melhor do que voltar com uma notícia que nos devolve a confiança no ser humano, não é verdade? Em um mundo massificado, onde a criatividade é cada vez mais difícil de ser encontrada, é um bálsamo saber que as pessoas ainda são capazes de encontrar soluções originais para os problemas que nos afligem desde sempre, como o ciúme e a inveja. Eu disse bálsamo? Quis dizer xampu.

Alemã põe creme depilatório em xampu de rival

Pois vejam só que danadinha essa Brigitte. Onde todo mundo via um produto para transformar kiwis em pêssegos, a alemã de 20 anos enxergou mais à frente e vislumbrou uma ferramenta para transformar a cabeça da lambisgóia que lhe roubou o namorado em algo parecido a um coco maduro.

Infelizmente para Brigitte, o plano não deu 100% certo. A rival ficou com as mãos meio irritadas, mas não chegou a passar o produto no cabelo. De qualquer forma, "Prêmio Tonya Harding 2005" para ela.

Superior completo

Perdoem o hiato, muito tempo sem postar, eu sei. Alguém ainda está aí?

Estive muito ocupado escrevendo meu trabalho de conclusão de curso para a faculdade, e quando não estava ocupado escrevendo, me sentia culpado por qualquer ato de lazer. Esboçava umas frases pro blog, mas uma versão maquete da orientadora surgia na minha mesa e me olhava com ar de reprovação. Então, eu voltava ao TCC, blog era pra depois. E "depois" já chegou, entreguei o trabalho, passei, podem me chamar de bacharel. Ou jornalista, como preferirem.