Thursday, November 30, 2006

Oremos

A coisa tá preta, irmão de fé? Já tentou o catolicismo, o budismo, o espiritismo, o judaísmo, a Igreja Quadrandular do Triângulo Redondo, for heaven's sake, e sua vida continua amarrada em nome de gsus? Chega de mágoa. Oremos. Neste site, você há de encontrar o seu cantinho de prece customizado. Há das mais inusitadas demandas, viu? Vem comigo.

* Ciúme Doentio
Para as intérpretes de Heloísa da vida real. Para os maridos que sofrem de psicose. Para as Glenn Closes worldwide. Para todos nós, afinal.

* Quero ser mamãe
Insira seu pedido com muita fé e transforme seu útero em terra fértil. Acho bonito. Acho cibernético. Eficácia ainda não comprovada em homens, mas se seu caso é desesperador, não custa tentar.

* Cigana dos Sete Pandeiros
Beleza,sensualidade,magia e encantamento.Acredite e Peça!!(SIC)
* Mysay Dalay Luzes
Ahn???
Minha pomba gira faça sua gira e afaste HBOP de qualquer mulher que ele esteja nesse momento. E se estiver chame meu nome. Quero amarrar o espírito e o corpo deste homem HBOP Pois O quero amarrado e apaixonado por mim, quero que HBOP, fique dependente do meu amor, quero vê-lo louco por mim, me desejando com se eu fosse a última mulher da face da terra.
Ah, tá.

* Loteria
Vê que minhas intenções são puras e nobres, visando o bem e o proveito meu e da humanidade em geral. Não ambiciono riquezas para me mostrar egoísta e tirano. Desejo dinheiro para comprar a paz de minha alma, a ventura dos que amo e a prosperidade de minhas empresas.
E pelo champagne nosso de cada dia, certo?

* Dedicado a Maria Padilha das Almas e Maria Errada
KKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKKK
Este eu dedico à atriz Maria Padilha e ao blog Cabeça Errada. Beijo no coração.

***
A menos que você tenha que acordar cedo para a missa de domingo, pode se programar: sábado tem Diplo de novo no Glória, desta vez acompanhado pelos party-freaks do Bonde do Rolê. Não vai prestar.

Monday, November 27, 2006

Balanço Nokia Trends

Organização espetacular, lugar bonito, som impecável, público bacana, atrações de qualidade. Dá pra reclamar do Nokia Trends? Não, não dá.

* Soulwax Nite Versions - Lado "roqueiro" dos 2Many DJs, botou fogo na pista logo no início da noite. Tocaram ao vivo, assim, com baixo, bateria, guitarra e teclado, duas das melhores músicas do Tiga na seqüência ("You Gonna Want Me" e "Pleasure From The Bass"). Encerraram com "NY Excuse", o maior hit deles.

* Hot Hot Heat - Competentes, mas um rock muito americano pro meu gosto. Meio meloso, às vezes, pouco dançante. O vocalista tem uma boa voz, povo gostou, mas não é meu estilo.

* We Are Scientists - Um pouco melhor do que a banda anterior, mas ainda não foi "o" show. Têm um dos melhores refrões do ano ("My body is your body/I won't tell anybody/If you wanna use my body, go for it") e bastante senso de humor. Ponto para eles.

* The Bravery - Eu acho o som deles um pouco enjoativo, mas o show estava bem bom. Tocaram uma das melhores do primeiro disco, "Swollen Summer", logo no começo. Mas eu não quis esperar por "Honest Mistake", afinal, na outra tenda, o set dos 2 Many DJs já havia começado.

* 2 Many DJs - Bastante previsível e pop. Não, isto não é uma crítica negativa. Eu queria dançar, cantar junto, bater palma, dar vexame, essas coisas. Quando cheguei à tenda, estavam tocando uma versão muito, muito boa de "Alala", do Cansei de Ser Sexy. Em seguida, coisas tão diversas quanto The Gossip, Digitalism, Technotronic, Bonde do Rolê e Primal Scream conviveram perfeitamente. Nesta segunda eles tocam no Glória... é duro ter que trabalhar às terças-feiras.

* Ladytron - Show para não se esquecer. Parecem não ser deste mundo, ou deste tempo. Alguém definiu o estilo deles como frio e sensual ao mesmo tempo. Na mosca. Começaram com "High Rise", que eu achava uma música boa, mas nem de longe minha favorita deles. Agora, uma das minhas músicas favoritas ever. E ponto. Dos hits, só faltou "True Mathematics", o que não chegou a comprometer, levando-se em conta que terminaram o show com "Destroy Everything You Touch". Público exigiu bis, mas não rolou.

Friday, November 24, 2006

Chocado

Hoje eu vi o Lombardi.

Thursday, November 23, 2006

Por trás das árvores e das nozes

A menos que você tenha passado o último mês de férias em Marte, você deve conhecer o vídeo "Árvores Somos Nozes", megahit do YouTube. O que você não deve saber é a história por trás do vídeo. De quem seria a voz misteriosa? Para quê ele tentava gravar um salmo? E qual mente iluminada fez a grande sacanagem de transformar a dificuldade de dicção de uma pessoa em um já clássico do humor na internet brasileira?



Esta última pergunta eu respondo já: Gabo Nunes é o nome de uma das produtoras da animação, do tal do Collectif Veejays que aparece no final do vídeo. Eu conversei com ela para encontrar respostas para as outras perguntas.

Para ver o vídeo, clique aqui, e para ler a história, acesse a opção "Leia o texto na íntegra", do lado direito da página.

Tuesday, November 21, 2006

A senha

Se um dia eu estiver na sua casa e não estiver me comportando adequadamente, vou lhe ensinar qual o modo mais eficaz de me mandar embora. Escolha um desses três DVDs e coloque-o para tocar:

Cirque du Soleil - Saltimbanco
Ícone máximo da cafonice e da pseudosofisticação. É muita cor, muita poesia, muito movimento, muita preguiça.


Sarah Brightman - La Luna Live
Imagine uma criança-prodígio que canta gritando. Ela cresceu. Adicione a isso uma produção digna de show de drag queen. Não dá.


Santana - Supernatural Live
Oye como va mi ritmo? Demasiada latinidad for export. Funciona assim: você dá play e eu dou eject do recinto.

Monday, November 20, 2006

Maratona

Primeiro, Yeah Yeah Yeahs e Daft Punk em Buenos Aires. Na semana seguinte, Black Eyed Peas da área vip. Três dias depois, New Order a uns 10m de distância. No sábado da outra semana, Ladytron, Bravery, 2Many DJs e Soulwax no Nokia Trends. Eu não "caibo em si" de felicidade.

Só registrando - do meu "dream team anos 80" (New Order, Pet Shop Boys, The Cure, Human League e Depeche Mode), agora só falta ver Depeche Mode.

Só registrando II - Karina Bacchi, "você foi vista" com um moreno misterioso no show do Black Eyed Peas. Quedê o baixinho da Kaiser? Se eu não fosse tão preguiçoso com o blog, teria dado esta antes de todo mundo.

Saturday, November 11, 2006

Música afiada

Sou só eu que ainda não conhecia o The Knife? God!, que banda incrível, que voz extraterrestre é essa da vocalista? Extraterrestre, não, glacial. Não, africana. Mas ela é loira, ou pelo menos parece, detrás das máscaras que sempre usa (a exemplo do Daft Punk, a dupla não mostra seu rosto).

Do que se sabe, é que se trata de uma dupla sueca de irmãos que faz pouquíssimos shows (soube que no total, até hoje, foram só 14), o que reduz bastante a chance de os vermos ao vivo. Mas os poucos sortudos que já conferiram uma apresentação de Karin e Olof dão relatos estarrecedores.

De minha parte, posso dizer que se apenas colocarem o CD para tocar, a minha festa já estará garantida. Karin é também conhecida por emprestar sua magnífica voz (estou ficando sem adjetivos) ao Royksöpp para a magnífica (falei?) "What Else Is There?", que você conhece.

Faça um favor a si, ouça "Like a Pen" e "Silent Shout" no My Space da banda e depois, vencido como eu fui, corra para baixar o resto. A música que eu mais ouvi nas buatys de Buenos Aires foi o remix do Trentemoller para "We Share Our Mother's Health", boa de perder o fôlego. Abaixo, o clipe de "Pass This On". Não é a vocalista, é um travesti lipsynching.

Thursday, November 09, 2006

Roteiro BsAs

Desta vez, tentei pular o óbvio (Caminito, Plaza de Mayo...) e ver coisas em Buenos Aires que não tinha visto da outra vez, deixando para repetir somente o indispensável. Entre essas coisas indispensáveis está a noite de quinta-feira do Niceto, a Club 69. Inexplicável, não há nada parecido por aqui. Sempre há uns shows divertidíssimos, no palco e na pista, enquanto você dança. Desta vez, o tema da festa era o seriado do Chaves. A Chiquinha da vez era uma garota de 1,90m e dançava break. Surreal.

No dia seguinte, fui ao Museo de Arte Latina de Buenos Aires (Malba). É lá onde está o "Abaporu", de Tarsila do Amaral, tela considerada como a mais importante (ou significativa) do modernismo brasileiro. Também há Di Cavalcantis e Portinaris, além de obras de Frida Kahlo e Xul Solar, entre outros.

De lá, fui caminhar pela vizinha Recoleta. Entrei na igreja do Pilar, onde se apresentava um coral de crianças. Singela por fora, mas dentro, muito ouro. Pulei o cemitério desta vez, não valia a pena ver a plaquinha da Evita outra vez. Caminhei mais um pouco até a Embaixada do Brasil, em uma região onde há embaixadas em profusão, do Irã à França, sempre em edificações incríveis. Como já estava pertinho da 9 de Julio, achei que seria legal caminhar até a zona do Obelisco para procurar uma sorveteria bacana. Daí pro albergue onde fiquei já estava perto e deu dó de pegar um táxi ou mesmo um subte (metrô). No fim do dia, acho que contabilizei umas 3 são silvestres percorridas.

Outro lugar aonde voltei foi a Avenida de Córdoba, no trecho dos outlets (altura entre os números 4.400 e 5.000). Muita roupa bacana e barata, vale a pena. No caminho, tentei conhecer o Teatro Colón, tipo o Municipal de lá. Muito bonito, mas em reforma. Não entrei.

A feirinha de domingo de San Telmo é outro must-see. Infelizmente, choveu o domingo todo, o que tirou um pouco do charme do local, espécie de Vila Madalena com história (região boêmia e de artesanato). Ainda deu para ver um show de tango (a música, não a dança) e passear por algumas áreas cobertas, lojas e, de novo, sorveteria. Esta, a "Nonna Bianca", merece um comentário à parte: o melhor dentre os melhores sorvetes que eu provei por lá. Recomendo o de dulce de leche montés, com nozes e rum. Também de matar era o de mate cocido con crema. Aiaiai...

De resto, acho que só vale comentar que "descobri" que Puerto Madero, que eu achei bem sem graça no ano passado, é algo para se ver à noite. De preferência, veja o sol nascer de lá. De preferência, acompanhado. Hihihih. Inolvidable.

Sobre o Festival Bue, gravei uns videozinhos com meu celular. Apesar da má qualidade das gravações (sorry), dá para se ter uma idéia do clima dos shows. Sim, a lua estava mágica. Sim, os argentinos acompanharam "Da Funk", do Daft Punk, com um ôôô-ô-ô-o-ôôô-ô-ô-ô-ôôô-ô-ô-ô-ôôô... Heheheh é cafona, mas foi incrível. Eu me emocionei gravando "Maps" (Yeah Yeah Yeahs), e ainda me emociono quando vejo. E "Around the World" (não gravei, estava fazendo a dança do robô na hora) fez todo o sentido para um brasileiro na Argentina acompanhado por seus novos amigos peruanos moderninhos (!!!). Estes prometeram me mandar os seus vídeos, de qualidade bem superior, que gravaram com uma câmera decente. Depois eu posto aqui. Chau, boludo.

YYYs - Maps
YYYs - Turn Into
YYYs - Gold Lion
Daft Punk - Da Funk

Já quero voltar.

Wednesday, November 08, 2006

Avoua!

Estou de volta. É desnecessário dizer que Buenos Aires continua linda, então vou começar contando a saga que foi sair de São Paulo em direção à capital argentina. Sim, eu fui afetado pela greve branca dos controladores de vôo.

Logo ao chegar a Cumbica, às 9h de quinta-feira, o susto: saguão lotado, e uma fila de check-in que serpenteava por todo o ambiente, não dava para saber onde começava ou onde terminava. Felizmente, a polícia organizou a bagunça, e eu descobri que a fila de embarque internacional não era tão grande assim.

Comemorei? Não exatamente. Logo ao entrar na fila, soube que o vôo, previsto para sair às 10h40 de Guarulhos, fora atrasado para as 18h15. Imediatamente, pensei em coisas para passar o tempo, e me acostumei à idéia de perder uma tarde em Buenos Aires. Além do mais, havia a possibilidade de deslocarem outro avião para nos atender antes desse novo horário. Então, fiz o check-in, comprei jornal, almocei, passeei pelas lojas, ouvi música... Yay! 14h. :(

Olho no painel, o horário de previsão de partida estava em branco. Corri para o primeiro funcionário da Gol para saber se houve adiantamento do vôo. Nada feito, a previsão ainda era a mesma. Fumo um cigarro, puxo papo com um colega de trabalho que encontro por lá, olho no relógio: 17h. Hora de ir para a sala de embarque ver como estavam as coisas por lá.

O avião que pegaríamos sairia do Rio, faria uma escala em São Paulo, daqui para Buenos Aires e de lá para Santiago. Ao chegar no portão de embarque, sou informado por outros passageiros que o vôo que viria do Rio fora cancelado, e que teríamos que esperar outra aeronave vir de Belo Horizonte. E que esse avião nem sequer havia decolado. Penso no tempo que já esperei, penso na tarde que perdi, penso na ótima balada de quinta-feira que, a esta altura, já estava bastante ameaçada... e a revolta começa a crescer.

Quase simultaneamente, descobrimos que um outro vôo, partindo de Guarulhos direto para Santiago, estava no horário e prestes a iniciar o embarque. Corremos em massa até esse outro portão, dispostos a exigir que esse avião fosse realocado para nós. Justo. Nossa espera ficaria em incríveis oito horas, e os passageiros para Santiago esperariam "só" por três horas.

Houve resistência da Gol, e começamos a fazer piquete no portão de embarque. Se não embarcássemos naquele avião reluzente que estava prontinho lá fora, ninguém embarcaria nele. Nisso já eram 18h. "Vamos deixar esse vôo sair pra Santiago, gente?", provocou um mais exaltado. Nós, em coro: "Não". Os passageiros do outro vôo se encolheram em um canto, assustados. Depois de muito bate-boca, finalmente resolveram nos atender. O avião era nosso, uhul.

Aí, claro, um passageiro do vôo que agora estava atrasado por nossa reivindicação revida: "Esse avião era nosso, ele vai sair para Buenos Aires, pessoal?" - Nãããããao, retrucaram os outros. Mas acabou sendo sim. Do meu lado, gringos se abraçam aos brasileiros mais barraqueiros, emocionados e agradecidos. Abaixo, o momento seguinte ao anúncio da realocação do avião.



Quando decolamos, a vista aérea de São Paulo à noite, que é muito foda, quase valeu a espera. Quase. Perto da aterrissagem, o tapete de luzes de Buenos Aires vista lá do alto também não era nada mau. Um dia depois, conheci dois brasileiros que estavam nesse avião e que tiveram que sair para que nós embarcássemos. Esperaram até as 21h30 para viajar e não puderem fazer balada na quinta. Devem estar me odiando até agora.