Thursday, September 30, 2004

Able to dance

Estou tão musical esta semana... Quer ouvir um trecho de um set do Tiga?

Vá direto para os 3 min e ouça 'Pleasure from the Bass'

Ele diz: "'Pleasure From The Bass' é uma música sobre o amor de um cara pela house music e a vida que ele constrói em torno desse amor". Tá! Na verdade, a música é um electro batidão com vocais alternando entre o robótico e o sussurrado. E dá-lhe bass.

Por falar no Tiga, diz que ele vem a SP por esses dias, né? Mas parece que é festa fechada, para convidados. Se você vor V*I*P e puder ir, não perca, já o vi em Lisboa e vale muito a pena. E me chame, ok?

E sabe o que acontece quando o Michael Jackson vai a Bombaim? Ram dam, miri ram dam:
Você não sabe se ri ou dança

E por que eu demorei tanto pra gostar de Scissor Sisters?
Talvez é porque eu achava que a versão deles pra 'Comfortably Numb' do Pink Floyd parecia Bee Gees. Parece mesmo, só que é legal.

Esse Allan Sieber é foda

A alcachofra e a mulher moderna


Depois de estremecer as bases da culinária mundial, onde, de uns tempos pra cá, tem freqüentado da salada metida a besta ao pastel de feira, a alcachofra agora presta seus serviços à estética feminina.

"Estudos revelam efeitos surpreendentes de derivados do extrato de alcachofra – os polifenóis – na diminuição do depósito de ácidos graxos nas células de gordura com receptores de estradiol. Isso é observado em mulheres”, diz o cirurgião plástico André Cervantes, presidente do Conselho Médico da Onodera. "A substância é empregada em forma de extrato injetável, tanto de modo subcutâneo como intradérmico”, continua.

Perua alla Vila Olímpia
- Uma perua transgênica (com injeção de alcachofra)
- 5 xícaras (chá) de bronzeador à base de cenoura
- miolo de alcachofra cozida picada
- 2 rodelas de pepino (contra olheiras)
- pó-de-arroz a gosto
- sabonete ocean salt da Lush, esfolia e dá algum tempero pra perua

Modo de Preparo
A perua geralmente já vem 'preparada', você só precisa adicionar uns 5 copos de Sex on the Beach (algumas vão melhor com Mojitos) e servir quente.

Wednesday, September 29, 2004

Daddy cool


Tenha medo

O VH1, canal pertencente à MTV e direcionado ao público acima dos 30 anos, enriqueceu enormemente minha cultura trash. Exemplo claro disso foi o meu encantamento pelos clipes da banda disco-freak Boney M. Eu, como boa parte das pessoas deste lado do Atlântico, não conhecia o Boney M, já que o sucesso deles se concentrou na Europa. Deles, talvez apenas "Rivers of Babylon" tenha tocado por aqui.


Cata o visu e chora

De visual exagerado, com um vocalista que poderia ser definido como "Carlinhos-Brown-encontra-o-elenco-de-Hair" ou "non-metrosexual-Lenny-Kravitz-goes-black-power" e som altamente dançante, a banda nasceu de uma piração do produtor alemão Frank Farian. Ele lançou em 1974 um single chamado "Baby Do You Wanna Bump?", que imediatamente bombou na Holanda e Bégica. Feliz com o sucesso, mas tão black quanto um alemão pode ser, Farian chamou um grupo de artistas caribenhos para que a cara da banda fosse mais coerente com o som disco. Sim, parece que a voz grave do grupo não pertence ao cara que se apresentava como vocalista (não por coincidência, Frank Farian viria a ser o produtor de Milli Vanilli).

Você pode ver uma apresentação do Boney M, apesar de mais recente, sem o vocalista doidão, aqui e ouvir Rasputin aqui. Também dá pra ouvir o best of do Boney M na Rádio UOL, se vc for assinante, claro.

Pena eu não ter achado os clipes deles na Internet, são todos muito absurdos. Se você for ouvir, eu, de minha parte enquanto espectador e ouvinte não-especialista em disco music, acho "Daddy Cool" muito legal. Também recomendo "Rasputin" e "Ma Baker".

Tuesday, September 28, 2004

Lôra do Tchan

Eu amo Blondie. No último fim de semana foram horas vendo e revendo o DVD da banda. Fico hipnotizado pela Debbie Harry no auge de sua carreira (duplo sentido detected), linda e decadente daquele jeito. Com aquela cara de "eu tenho um mundo que é só meu e você não pode vê-lo", ela cantava canções que iam do muito cafona e simplório (e ainda assim genial) ao fino da poesia pop (I know a girl from a lonely street/Cold as ice cream but still as sweet/Dry your eyes Sunday girl).

Linda e decadente. Taí, acho que essas ambigüidades da banda é que me causam essa atração. Pode uma banda decente ser liderada por uma coelhinha da Playboy? O Blondie pode. Pode uma band leader punk que se preze cantar com vestido de dançarina de rumba? A Debbie Harry pode. Como pode entoar canções de amor bobinhas (Oh when we walk it always feels so nice/And when we talk it seems like paradise/Denis Denis I'm so in love with you) com cara de quem acabou de cheirar a Colômbia inteira e ainda assim parecer adorável?


- Pergunte-me como!

Apesar da Colômbia, eles continuam vivos. Hoje, 20 anos e muitos centímetros na linha da cintura depois, Debbie Harry e seu Blondie estão na ativa. Muito dignos. Esqueçam "Maria", o melhor single do Blondie da terceira idade é "Good Boys", já ouviram? Uma diliça. Se você entrar na página do Blondie no site da VH1, em Videos, você encontrará um trecho deste clipe, além da apresentação da Debbie Harry com a Eve, cantando a deliciosa "Rapture" no show Divas 2004.

Monday, September 20, 2004

Brinquedo novo

Lembra quando, há muito tempo, eu me irritava com toques de celulares que não se parecessem com os rings telefônicos tradicionais?

Depois que eu comprei meu celular novo, eu mudei de idéia, hihihihi. Toque polifônico rules! Por enquanto estou usando o toque indie, mas já comecei a baixar minhas musiquinhas. Ele toca acendendo e vibrando no ritmo, uma graça, viu?! E se a partir de hoje eu atender mais bem-humorado, eu queria deixar claro que isso não é por você estar ligando, okay?
Ouça aqui alguns toques disponíveis
Eu vou causar com meu celular tocando The Model, do Kraftwerk, Block Rocking Beats, dos Chemical Brothers, e Real Life, do AudioBullys. Nunca precisei disso, mas de hoje em diante eu não sei viver sem. Tô parecendo balsero cubano chegando a Miami e descobrindo as novidades do mundo mudérno. Adorando o capitalismo!

Friday, September 17, 2004

Judia nova


Se você quer saber o que esta foto quer dizer, visite: Philipinas. Porque eu também não sei. Só sei que Cabala me soa como égua, em espanhol. Posted by Hello

Thursday, September 16, 2004

Ele vivia na rua Armando Pinto


Essa rua existe de verdade, e eu passo por ela todo dia. Ontem parei só pra tirar essa foto. Se eu fosse um empresário com visão de negócio, abriria um motel nela. Se eu fosse o dono da Pfizer, fabricaria Viagras lá. Numa rua com esse nome, daria pra economizar toda a grana da publicidade.
 Posted by Hello

Monday, September 13, 2004

Foi jóia!

Sabe quando você se diverte tanto que fica aquela ponta de angústia por saber que não pode ser todo dia? Sabe quando você está morto de cansaço mas se arrepende por não ter encarado mais uma noite de festival? Sabe quando você tira um monte de fotos mas acha que, quando você for velho e só lhe restarem lembranças, vai fazer uma falta terrível aquela única foto que você não tirou?

Esse é meu estado pós-SónarSound. Agora, os fatos:

*Magal
O DJ da noite Cio, do D-Edge, fez bonito na abertura da noite de sexta-feira. Com um set predominantemente electro, esquentou a pista meio vazia antes da entrada das Chicks on Speed. Destaques para Pleasure From the Bass, do Tiga, e uma versão de Enola Gay, da Orchestral Manoeuvres In The Dark.

*Chicks On Speed
A banda de orgem alemã fez uma apresentação rápida mas muito divertida. A exemplo do que aconteceu com o Fischerspooner no Skol Beats, muita gente não entendeu a performance debochada das garotas e saiu no meio da apresentação. Eu gostei muito, apesar de ter faltado Give me Back my Man. Nada é perfeito. Teve troca de roupas no palco, a vocalista jogando tinta fluo no público etc. Festa. É daquelas bandas que pedem para serem vistas ao vivo, em CD é outra coisa. A Lovefoxx do Cansei de Ser Sexy estava assistindo e deve ter aprendido de montão.

*Ladytron DJs
Eu esperava ouvir Seventeen, Playgirl e He Took Her to a Movie, mas acabei ouvindo Panis Et Circensis, dos Mutantes. Pena. O Ladytron é uma banda realmente de vanguarda, e seria perfeito ouvi-los num festival como o Sónar. Mas os DJs da banda preferiram fugir da autopromoção e foram até um pouquinho óbvios. Não vi tudo, do que eu vi, valeu pela She Wants do Move, dos N.E.R.D.

*LCD Soundsystem
Talvez o meu vacilo da noite tenha sido só ouvir três músicas do LCD. Estava bem legal, e quem ficou até o fim disse que foi ótimo. Fizeram música eletrônica ao vivo, com bateria mesmo e tal. Um bocadinho punk. Eu estava curioso em relação ao Jeff Mills e pretendia voltar antes do final da apresentação. Mas...

*Jeff Mills
Quando cheguei ao Park Stage encontrei a querida da Carol e fiquei por lá mesmo. Tava meio chatinho o set do DJ de Detroit, até que ele começou a fazer mixagens simultâneas de som e imagem, com um aparelho de DVD ultramudérrno. Uma palavra: hipnótico. Imagine a frase "c'est chic" repetida à exaustão, com a imagem do mesmo trecho do clip em loop nos telões. E todo mundo freak out.

*DJ Marlboro
O carioca levou metade do Rio de Janeiro pro seu palco, não precisava. A Lacraia foi engraçado, mas soou meio off-topic. De qualquer forma, todo mundo se divertiu e muita gente cantou junto. O big brother Thyrso acendeu um baseado pra curtir o som. Fait divers.


A vocalista do Chicks on Speed entra no palco e canta 99 Cents. Posted by Hello
Mais fotos no meu Multiply.

Friday, September 10, 2004

É houuuuje.....


Essas vacas vão acabar comigo.

Thursday, September 09, 2004

Vidas secas, poluídas e paulistanas

São Paulo, 9 de setembro de 2004, umidade relativa do ar em 27%. Eu penso em Graciliano Ramos.

A metrópole estendia-se, de um cinza indeciso salpicado de manchas pretas de poluição. O vôo prateado dos helicópteros fazia círculos altos em redor de prédios.

– Anda, excomungado.

O carro da frente não se mexeu, e Fabiano desejou matar seu dono. Tinha o coração grosso, queria responsabilizar alguém pela sua desgraça. A seca aparecia-lhe como um fato necessário – e a obstinação do motorista irritava-o. Certamente esse obstáculo não era culpado, mas dificultava a marcha, e o assalariado precisava chegar, não sabia onde.

Tinham deixado a avenida, cheia de obras da prefeitura, fazia horas que estavam em uma via secundária, o asfalto rachado que escaldava os pneus.

Pelo espírito atribulado do cidadão passou a idéia de abandonar o carro naquela rua. Pensou nos ladrões, no chefe, coçou a barba de dois dias, irresoluto, examinou os arredores. O guarda de trânsito esticou o beiço indicando vagamente uma direção e afirmou com alguns sons guturais que estavam perto. E a viagem prosseguiu, mais lenta, mais arrastada, num murmúrio incessante de motor.

Mais ligeiro que as máquinas, um pedestre se perdia no horizonte. Arqueado, a pele brilhava, andava ofegando, a língua fora da boca. E de quando em quando se detinha, tomava um gole d'água, que toda a secura e a poluição da cidade pareciam se concentrar em sua garganta.

Wednesday, September 08, 2004

Paca, tatu, cotia não

O que dizer de um feriado prolongado em que a maior emoção foi ver uma cotia ao vivo?

"As cotias estão para Campinas assim como os esquilos para o Central Park em NY" Posted by Hello

Thursday, September 02, 2004

PDVSA

Ontem eu assisti a um documentário muito bom sobre o golpe da oposição venezuelana no Hugo Chávez em 2002. E me fez notar que, se achamos que vivemos numa república das bananas, a gente precisa conhecer países como a Venezuela e tomar um chá de realidade. Nossa democracia é recente, sim, mas também é estável. Nosso presidente é folclórico, sim, mas não faz discursos vestido de militar. Nossa imprensa erra muito, é tendenciosa, sim, mas temos quase sempre dois lados. Nossa elite é escrota, sim, mas é razoavelmente pulverizada, não é um bloco único e organizado como os ricos do petróleo venezuelano.

Mas ninguém faz misses como eles.