Wednesday, August 30, 2006

Zzzzzzz...

Mais do que com a alimentação, eu me preocupo com a qualidade do meu sono. Sempre tive em mente que o ideal era uma noite de 9 horas de sono tranqüilo, mesmo que o que se convencionou considerar saudável seja uma noite de 8 horas entregue aos braços de Morfeu. Preciso dormir mais do que a média da população, isso é fato. Do contrário, espere mau humor pela manhã e desatenção pela tarde, com possibuilidade de chuvas e trovoadas à noite.

De uns tempos para cá, no entanto, notei que um sono de 6 horas também poderia ser satisfatório, o que me permitiu levar uma vida um pouco menos regrada (o que significa baladinhas ocasionais durante a semana). Imagino que isso tenha a ver com a duração de cada ciclo de sono, que é de uma hora e meia. Todo múltiplo de 1,5 , portanto, significa o fim de um ciclo de sono, quando acordar vira uma tarefa menos penosa.

A pior fase para se acordar uma pessoa é chamada de "Estágio 4", que dura cerca de 40 minutos. É o estágio de sono mais profundo e é também quando o organismo mais conserva e recupera sua energia. Outra fase importante é a do REM (rapid eye movement, ou de movimentos rápidos dos olhos), quando temos os sonhos. Eu raramente lembro deles, e sinto uma ponta de inveja toda vez que alguém vem me contar sobre um sonho incrível, daqueles que parecem roteiro de Buñuel. Mas andei pesquisando e descobri que não se lembrar dos sonhos é algo bom, pois significa que você dormiu bem. Só se lembra bem dos sonhos quem acordou durante eles, já que a memória onírica não dura mais do que 5 minutos.

Esta semana estou de folga, e na noite passada dormi por extravagantes 10h30. Inexplicavelmente, passei a tarde me arrastando de preguiça. No friozinho da noite, não tive nenhuma vontade de sair de casa e cheguei a cochilar vendo TV, o que me faz crer que eu sou um caso inédito na literatura médica. Talvez seja este período do ano, com as Eleições mais mornas da história. Post longo, chato e sem figura, alguém ainda está acordado?

Monday, August 28, 2006

A morte lhe cai bem

Não acreditei ontem no que eu ouvi em uma entrevista no programa daquele sub-Amaury Júnior chamado Ramy. Ele conversava com a "doutora" Lígia Kogos, que vem a ser dona da clínica estética mais estrelada de São Paulo. Como descrever Lígia? Uma imagem vale mais do que mil palavras.



Pois bem, a "doutora" explicou ao entrevistador que a aplicação de botox era algo essencial à beleza de uma pessoa, tanto que todas as suas funcionárias recebiam aplicações periódicas. Todas, inclusive as "bem jovenzinhas", como ela mesmo fez questão de acrescentar com uma expressão de alegria. Ou seria de revolta? Não é muito fácil distinguir suas expressões. Lígia ainda disse que as pessoas que vivem da imagem devem mesmo se submeter a toda sorte de intervenções para se manter jovem por uns 50 anos. Jovem e bela como ela, imagino.

Uma vez ouvi de um médico que uma das primeiras coisas que se aprendia na faculdade de Medicina era que uma intervenção cirúrgica só deve ser feita por necessidade. Sobretudo se envolvesse anestesia, porque aí há até mesmo risco de morte.

E por "necessidade", entenda-se também aquela psicológica. Ou seja, se algo em sua aparência faz com que você se sinta profundamente infeliz, "inadequado para a sociedade", é válido se submeter a uma cirurgia plástica. Isso acontece quando algo em seu físico lhe traz problemas de auto-estima. Mas há também aqueles que, por terem problemas de auto-estima, acabam se vendo piores do que são. Nesses casos, o indicado é tratamento psicológico, e não cirurgia.

Certamente o segundo caso é o mais freqüente na clínica da Lígia Kogos. A começar pela dona, que na corrida contra os sinais do tempo acabou perdendo o referencial do que é beleza e se transformou em um misto de tartaruga ninja e travesti. É preciso envelhecer com alguma dignidade.

Saturday, August 26, 2006

História de pescador

Cinco pescadores tentam sobreviver à deriva no Pacífico após uma pane no motor do barco onde estavam. Durante meses, resistem se alimentando de peixes e aves e bebendo água de chuva, isso quando chove. Claro que após tormentas e outras adversidades em alto-mar, dois acabam morrendo. Eles são jogados na água pelos sobreviventes, que terminam a aventura nove meses depois, sendo resgatados perto das Ilhas Marshall, milhares de quilômetros ao Sul de onde partiram.

Livro do Gabriel García Marquez? Roteiro para Hollywood? Até onde se sabe, não tem nada de ficção nessa odisséia. Esse é o relato dos três pescadores mexicanos que voltaram nesta semana à terra natal.


Arriba!


Meu primeiro pensamento foi sobre o que eles teriam deixado de viver durante esses nove meses, sem muito o que fazer a não ser se deixar levar pelas marés. Mas, pense outra vez, não é uma baita experiência de vida? Não gostaria de passar por algo semelhante, mas se me acontecesse, teria no mínimo um estoque imenso de histórias para contar em mesas de bar.

A Justiça mexicana pretende ouvir os três sobre as mortes, e todos eles já se ofereceram para passar por testes com detector de mentiras. Será que os amigos foram mesmo mortos em virtude das adversidades naturais? Como passar nove meses se alimentando precariamente e permanecer saudável? Seria a dieta mediterrânea (muito peixe) a mais benéfica ao organismo? Teriam eles levado sombreros para se proteger do sol? Se não, seria possível acreditar em três mexicanos que não usam sombreros? Aguardemos os próximos capítulos.

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A história é tão boa que já apareceram cineastas interessados em levá-la às telas. Não, não queremos ver Tom Hanks interpretando um mexicano, com ou sem sombrero.

Thursday, August 24, 2006

Fora da nova ordem interplanetária

Alguém aí entende alguma coisa de astrologia? Agora que Plutão foi rebaixado de sua condição de planeta, o que acontecerá com as pessoas cujo signo é regido por esse corpo celeste? Vão morrer?

Outra pergunta: como os jovens vestibulandos deste meu Brasil farão para decorar a nova configuração dos planetas? Quando o sistema solar era composto por Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano, Netuno e Plutão, bastava decorar a frase "Minha Vó Tem Muitas Jóias, Só Usa No Pescoço". E agora?

Tuesday, August 22, 2006

Dupla jornada

O número de internautas no Brasil tende à estabilidade, assim como o tempo médio de navegação, revelou um levantamento da Nielsen/NetRatings feito em julho. Por outro lado, a popularização da banda larga tem aumentado consideravelmente a audiência de sites com conteúdo em vídeo, como o YouTube. Em apenas um mês, o número de brasileiros que visitam esses sites subiu de 3,4 milhões de usuários únicos domiciliares em junho para 4,2 milhões.
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Essa é uma ótima notícia para mim, já que trabalho exatamente nesse filão, de conteúdo jornalístico multimídia para internet. Mas como é sempre bom ter uma carta na manga, nesta quarta volto a comandar as pick-ups do simpático Gourmet (alameda Franca, 1552). Leve gorjeta.

Monday, August 21, 2006

Démodé

Minha sobrinha Isabella, 4 anos, tem rejeitado categoricamente uma camisa branca com babadinhos desde a segunda-feira da semana passada. Na ocasião, seu médico lhe disse em tom jocoso que a peça que ela estava vestindo se parecia com as que Heloísa Helena costumava usar.

Isabella, grande fã de Rebeldes, novela infanto-juvenil mexicana, não aceita nem mesmo o argumento de que Heloísa Helena é a mais rebelde candidata desta eleição. A camisa foi destinada à doação.

Tuesday, August 15, 2006

Tarde eletrônica


Novamente em meu Dandy Mode, aproveitei o dia hoje para visitar o Festival Internacional de Linguagem Eletrônica (FILE), ali no prédio da Fiesp, na Paulista. Recomendo muitíssimo. A exposição não é muito extensa, mas é quase impossível não perder uns 10 minutos apreciando cada um dos trabalhos.

O destaque, sem dúvida, é a retrospectiva do holandês Han Hoogerbrugge, mestre da net-art. Vocês devem conhecê-lo de algumas vinhetas que ele fez para a MTV. Com as obras dele eu perdi bem mais do que 10 minutos. Veja a série Modern Living no site do cara e diga se não é excelente. São peças relativamente simples, mas que contêm uma pesada carga de crítica à vida moderna.

Han Hoogerbrugge

Meu favorito é "The Lying Dutchman", número 86 da série. Nele, o personagem fala, através de um papagaio empoleirado em seu nariz de Pinóquio, coisas como "I don't like money" e "I have no fear".

Thursday, August 10, 2006

Obrigado, Brasil!

Tuesday, August 08, 2006

Por um mambo bem caliente

Oi! Nesta quarta-feira, vou fazer o DJ novamente, desta vez no bar Director's Gourmet. Acho que não vai rolar de eu postar o set aqui porque vou escolher as músicas na hora. Como eu costumo ser pago com álcool, bem provável que eu não lembre no dia seguinte de tudo o que toquei. O Gourmet é um bar pequeno, mas bacana, tem um staff simpático, cerveja gelada e pôsteres de filmes clássicos nas paredes. Fica ali na Alameda Franca, 1552, e eu devo começar a tocar depois das 23h. Em breve, turnê pelos EUA e Europa. Obrigado pela oportunidade de divulgar meu trabalho. Posso passar meu telefone de contato? Beijo no coração, me interfona.

Monday, August 07, 2006

Procurando Emo

Quando foi a última vez em que você viu um cybermano? Não vale o show do Prodigy, quero dizer perambulando pela cidade. Eu já não os vejo há muito tempo, e tenho uma teoria evolucionista sobre o mistério.

Já reparou como os emos se multiplicaram mais ou menos na mesma época em que os cybermanos desapareceram? Meu palpite é que as pessoas são as mesmas, só trocaram os acessórios e começaram a chorar. Ontem mesmo, acho que encontrei em plena avenida Paulista os elos perdidos dessa evolução. Era um grupo de pessoas com franjas alisadas, allstar nos pés e piercings fluo.

Se você estiver confuso com tantas tribos, faça como diz aquela piada: para diferenciar um cybermano de um emo, é só colocá-los em uma sala escura. Aquele que brilhar, é cybermano, o que chorar é emo.


Unhé!

Saturday, August 05, 2006

Beyoncé Bombom

Finalmente alguém colocou no YouTube trechos do meu programa de humor favorito, o britânico 3 Non Blondes, que foi transmitido no Brasil pelo People & Arts por pouco tempo (como Elas Não São Loiras) e tirado do ar sem maiores explicações.

Neste quadro, Tameka se entope de chocolate após uma aparente crise de abstinência. Genial!

Ooooooooooooooh, love to love ya baby...

Aqui, uma seqüência de 9 minutos das três absurdinhas.

Thursday, August 03, 2006

Tende piedade de nós

Conhece aquela expressão "pegar alguém para Cristo"? Significa eleger uma vítima, tipo quando seu chefe tira o dia para encher a paciência da secretária (vamos fingir que o saco que ele enche não é o seu). Ele a pegou para Cristo.

Pois é, eu quase não acreditei quando passei em frente a um templo da igreja O Brasil Para Cristo. Acendi uma vela para Nossa Senhora da Piada Pronta.